13 de jul. de 2012

Dica de Leitura: Cidade do Sol – Khaled Hosseini

  Bom dia amigos!

Ontem terminei a leitura de um ótimo livro. A cidade do sol é do mesmo autor de O Caçador de Pipas que ainda não tive o prazer de ler, mas assisti o filme e gostei muito. Nas suas 364 páginas Khaled Hosseini consegue prender a atenção e a curiosidade do leitor, o que me levou a lê-lo em 3 dias. O livro retrata histórias do Afeganistão e de mulheres esquecidas e anônimas que vivem debaixo de suas burqas. Duas mulheres Mariam e Laila são mulheres com histórias diferentes, mas que a guerra se encarrega de fazer com que o destino se encontram escrevendo uma outra história. Mariam é uma filha bastarda de um rico comerciante afegão e que luta para atrair o amor, a atenção e a presença do pai. Mas que um trágico suicídio da mãe a leva a um casamento arranjado pelo pai e o afastamento definitivo da cidade de Harat. Já casada, mais madura ela conhece Laila, mediante a destruição da guerra que se instala no Afeganistão. Quando as histórias se interligam e ambas passam a viver debaixo do mesmo teto, ela criam uma relação de amizade, cumplicidade, proteção e amor. Mulheres sem direitos, obrigadas a se casarem e estar totalmente submissas e caladas numa situação compassiva.
O livro traz um drama as vezes poético nas ruas ensolaradas de Cabul e na repressão do regime Talibã. As vezes a realidade de agressão física, psicológica, o silêncio que esconde a dor, a solidão, o abandono e o senso de justiça total. O decorrer dos acontecimentos se misturam com fatos de uma guerra política, suas reviravoltas e tomadas de poder. Não há como não se emocionar, confesso que chorei em muitos trechos do livro pela simplicadade e momentos únicos de felicidade que as vezes essas duas mulheres viviam numa noite de chá enquanto todos dormiam.
O livro de Khaled não me trouxe apenas reflexões e valores, mas também emoção. Diante do sofrimento, dor, agressões essas mulheres criam um elo inexplicável que transformaram a solidão e o recluso de suas burqas em esperanças de uma terra mais digna de se viver.
A emocionante história leva a despechos surpreendentes, comoventes e dolorosos e também de reencontro de um grande amor. 
Mas no fim deixa a idéia de esperança de um lugar melhor para as famílias viverem, a luta para reconstruir um país cansado de tantas guerras e a gratidão de uma amizade que jamais será esquecida.
 Algumas frases do livro:

"Ali, o futuro não contava. E o passado só continha uma certeza: o amor era um erro nocivo, e sua cúmplice, a esperança, uma ilusão traiçoeira."

"Mas as pessoas nao controlam seus destinos"


"E seguiu tocando a vida. Porque, no fundo, sabia que era tudo o que podia fazer. Viver e ter esperanças."

"Só há uma coisa na vida que precisamos aprender, e ninguém ensina isso nas escolas. A capacidade de suportar."

"Uma mulher que pede muito pouco da vida, que nunca incomoda ninguém,nunca deixa transparecer que ela também tem tristezas, desapontamentos, sonhos."


"Com o passar do tempo, foi aos poucos se cansando desse exercício. Começou a achar cada vez mais exaustivas essas tentativas de evocar, de desenterrar, de ressuscitar mais uma vez o que há muito tinha morrido. Na verdade, anos mais tarde, chegaria o dia em que Laila não choraria mais por essa perda. Ao menos, não tanto, não tão constatemente. Chegaria o dia em que os detalhes daquele rosto começariam a escapar às garras da memória."
"Assim como uma bússola precisa apontar para o norte, também o dedo acusador de um homem sempre encontra uma mulher à sua frente. Sempre. Nunca se esqueça disso, Mariam."

"Você pode ser tudo o que quiser, Laila jan."

"(...)Mariam acenou carinhosa. Dobram a esquina e Laila nunca mais voltou a vê-la."

"Pela última vez, Mariam fez o que lhe mandaram fazer." 

Um comentário:

Expatriada disse...

Li o Caçador de Pipas e vi o filme, o livro vale muito a pena.
Vou anotar a Cidade do sol, parece ótimo! Adoro leitura de qualidade.

Valeu a dica!

Beijocas, tenha um fim de semana muito alegre!

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